terça-feira, 15 de julho de 2008

iPhone, crise e muita estupefacção

Confesso que ainda não vislumbrei nenhum iPhone e já não os posso ver à frente! Acabou o Euro2008 e como a bola ainda não rola na relva, embora até haja notícias numa base diária - todos os dias iguais ou pouco diferentes do dia anterior: "Grimi cada vez mais perto do Sporting", "Parece que o CristianoRonaldo acaba por ir mesmo é para o Vitória de Setúbal!", "Porto afinal vai à Champions", "...afinal não vai", "...ai afinal já vai outra vez e o Benfica que se quilhe" - a malta, para se esquecerem da inflação, das taxas de juro e do preço do petróleo, só fala do iPhone! Mas quem é que, não sendo filho de pais ricos, não tendo a sua própria mina de diamantes em Angola ou uma exploração com milhares de cabeças de gado no nordeste brasileiro, se imagina a comprar um telemóvel que custa mais aquele balúrdio!? Se a pergunta já é estranha, a resposta mais bizarra seria, claro... eu fico parvo com a quantidade de gente que se prepara para adquirir um brinquedo desses! Até os compram a prestações!! Há coisas mais caras, é certo, e gente a comprá-las a pronto a toda a hora, mas tanto por um telemóvel? Ou eu não faço bem parte desta sociedade ou esta sociedade não faz parte de nada que tenha jeito. Então com gente a passar fome - hoje não vou apontar o dedo a ninguém, é só mesmo um desabafo extasiado - pessoas a viverem no limiar da pobreza ou praticamente na miséria, desemprego e precariedade contratual, instabilidade económica sem fim à vista e um crise sem precedentes ou proporções mensuráveis por comparação, ainda há quem diga de peito feito que vai comprar um iPhone a prestações? Anda tudo doidinho ou quê!? Eu cá tenho um Nokia 6100 com 4 anos e espero que me dure outros 4, pelo menos. Faz chamadas, não faz? Então para que quero uma merda de bolso nova que faz tudo menos tostas mistas e que custa quase tanto como o meu ordenado base? Se calhar ainda se morre de câncaro mais depressa com um destes novos que um dos antigos. Tomem tacto e orientem-se porque isto não vai melhorar tão depressa. Vá a ver!

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