segunda-feira, 21 de julho de 2008

Membros, sonhos e toalhetes de casa de banho

Ando conscientemente a tentar reduzir a quantidade de toalhetes de papel que utilizo para secar as mãos nos restaurantes e cafés. Durante algum tempo não conseguia usar menos do que três, duas de uma vez e mais uma para terminar a tarefa, mas com algum auto-controlo e organização mental lá consegui passar para dois. Menos do que isso e chego à mesa com as mãos húmidas. Ou então, quando isso acontece e já não nos apetece voltar ao wc, e também porque depois há sempre uma mulher ou dois gaiatos que estão na bacia cá de fora que serve apenas para quem quer lavar as mãos e não precisa propriamente de ir à casa de banho – coisa que sempre estranhei e até cheguei a fazer disso uma nota mental como um primeiro indicador de que um dia seria possível alguém vir a ter um bidé no meio da sala, junto dos cães de loiça – nesse momento tentamos esgueirar-nos para onde ninguém nos veja a brandir os braços para secar as mãos ainda húmidas como se fossemos maluquinhos – este fenómeno é tão mais gravoso quanto mais pipi for a roupa que levamos vestida; imaginem um tipo de fato e gravata a agitar freneticamente ambos os braços, com cara de poucos amigos, sem razão aparente e como se não houvesse amanhã!? Sim, porque o tipo estaria furioso por ter deixado o serviço para terminar cá fora e estaria desejando voltar para a mesa e altamente convencido de que ninguém o veria. E por falar em figuras ridículas, no verão acordo muitas vezes a meio da noite com um braço ou uma perna dormente, levanto-me quase completamente a dormir e ando pela casa fora a rodar o braço ou a arrastar a perna meio aos saltos para ver se aquele formigueiro endemoninhado e ligeiramente violento, quase a roçar a dor, acaba por passar. Nunca consegui perceber bem quanto tempo demoro nesse processo mas pode muito bem ser apenas o tempo residual de um sonho… agora que penso nisso, será que isso aconteceu mesmo ou estaria a sonhar? E se sim, será um sonho recorrente, mesmo quando umas vezes é com um braço e outras com uma perna? E por último, como interpretaria Freud este fenómeno estranho!? Já agora, em jeito de epílogo, confesso que ao reler o título do post, dei comigo nos meandros de algumas paisagens virtuais assim a atirar para o escabroso. Mas de certo que ao chegarem a este momento do texto verão que o título, bem como todo o post, são total e verdadeiramente inocentes.

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