quarta-feira, 30 de agosto de 2006

Country yodle vs tirolês

Sem querer especular e arranjar muita confusão à volta da questão da emigração de suíços e austríacos para as Américas, parece-me haver grandes semelhanças entre estas duas formas de cantar, tão peculiares e características. A primeira é própria de cowboys que passam os dias sozinhos, no meio do campo, por entre vacas e ovelhas. A segunda é típica de montanheses que passam os dias sozinhos, entre picos e vales, na companhia de cabras e ovelhas. Não querendo entrar pela questão brokebackmountaniana do tema, serão as ovelhas o único termo de comparação entre estes dois cenários? Ou a solidão e a quantidade de tempo que passam sozinhos os leva a escrever temas tristes e melancólicos cantados de forma melodicamente assustadora, contendo gemidos e gritaria, típicos de quem está confinado ao sossego físico mas também a uma inquietude espiritual única!? Pensando bem nisto, apraz-me proferir a mítica frase “que bem que se está no campo, Adelaide”!

segunda-feira, 28 de agosto de 2006

Guerra dos Sexos: o mito da carteira feminina

Desde sempre que há ligeiros conflitos e quezílias entre homens e mulheres, mas acabas por ser qualquer coisa de interessante como forma de aquecer as coisas e de quebrar as barreiras da monotonia. Isto, desde que não se tornem hostis e demasiado desagradáveis… ou com humor de baixo nível! As mulheres passam a vida a dizer que os homens são todos iguais, só pensam em sexo, são preguiçosos e são o sexo fraco. Por outro lado, os homens vêm as mulheres como sendo todas irmãs, podendo-se fazer qualquer barbaridade excepto deixá-las espreitar por detrás da cortina. Apelando à dialéctica constante que nos move, e tentando com todas as minhas forças não cair num machismo chauvinista e grosseiro, vou revelar um pormenor que mostra que as mulheres são muito iguais entre si e a si próprias. Independentemente da cultura, as mulheres carregam consigo na carteira fotografias de toda a gente que conheceram desde sempre: colegas de escola, amigos de infância e adolescência, as três ou quatro melhores amigas com todo o tipo de roupa e estilos, o pai em várias idades, a mãe com vários penteados, até o cão e os gatos lá de casa; tudo o que se atravessa pelo seu caminho, aparece figurado em fotografias tipo passe numa carteira gorda e moribunda, carregada de tiquets de portagens e talões do Multibanco, misturados com os documentos do carro, com o velcro já gasto, os fechos-eclaire a rebentar pelos dentes e as costuras desgastadas quase no limite. Isto é algo transversal a qualquer nacionalidade, religião ou filosofia de vida. As mulheres têm todas um especial e forte apego a memórias e recordações, e isso traduz-se, na maior parte dos casos, em guardá-las no formato de fotografia. Tipo-passe é o ideal, por que não dá para andar de um lado para o outro com um álbum de 36 fotografias 10x15… pelo menos na maior parte das situações do dia-a-dia. Por outro lado, se não conseguirem achar o B.I. ou a carta de condução quando o senhor bófia, no zelo da função que lhe foi confiada e atribuída, lhes pedir para que se identifiquem, há sempre a remota hipótese de mostrar as fotografias de 37 pessoas que podem, dentro da sua honestidade e como manda a lei, atestar que as conhecem.

domingo, 27 de agosto de 2006

Tsunami fresquinho… tsunami fresquinho!!!

Esta não é da minha autoria, mas de tão boa que é, vou ter de a divulgar. Atenção que é humor negro, mas não mete o Dino nem ao de leve (se eu tivesse dito “de raspão” ou “de forma tangencial” já me caiam em cima, né!? "ao de leve" foi o melhor que consegui arranjar). Ouvi-a em “A Revolta dos Pasteis de Nata”, programa muito inteligente e interessante que passa na RTP2, quando falavam sobre a recorrente vontade, e talvez necessidade, dos portugueses em fazer e contar piadolas sobre coisas tristes e mundanas que se assistem nos telejornais, como mortes, guerras, maus políticos e afins. E agora, hei-la:
“Sabes porque é que não se fizeram piadas e anedotas sobre a questão do tsunami na Indonésia?
- Porque era muito má onda!”

sábado, 26 de agosto de 2006

Vá para fora cá dentro

Em tempo de férias, torna-se complicado não conseguir obrar (sempre quis utilizar este verbo) quando se está fora de casa, pelo menos para alguns. Agora, como é que essas pessoas aguentam estar uma semana fora de casa, ou mais, e nunca conseguir, ou não querer, fazê-lo? Sei bem o que custa ter vontade e não ter oportunidade, mas não faço ideia do que seja ter oportunidade e não ter vontade. Isto é algo que me fascina e me intriga ao mesmo tempo. Eventualmente até há quem pense que por haver sanitas em qualquer país – nos restaurantes e hotéis, porque nas tascas há aqueles buracos no chão com loiça à volta, aos quais me apraz apelidar de latrina ou cagueiro – não quererá, necessariamente, dizer que se possa cagar em qualquer lado, e tudo isto faz-me confusão. É um processo curioso e invulgar, mas de certa forma comum. Será psicológico? Psicosomático? Será resultado de algum trauma de infância? Será físico? Será que esta gente mantém uma dieta apenas à base de líquidos em quanto está fora de casa? Elucidem-me e mostrem por A+B que estas pessoas são normais e funcionam apenas como os camelos nas travessias do deserto, mas em férias.

quinta-feira, 24 de agosto de 2006

Ainda o champô: as férias de verão

Pegando no post sobre o SSL, o tal composto satânico e manhoso, lembrei-me de descrever uma situação recorrente que me sucedia nas férias de verão quando acampava. Na hora do banho havia sempre um casal camone que não respeitava as regras dos balneários (e bem!) e tomavam banho juntos. A certa altura distinguia, no meio de tanto cheiro – uns melhores do que os outros, pois os balneários ficavam no mesmo edifício das casas de banho – uma essência que nunca entendi ser champô ou gel de banho, mas que me ficava gravado na memória olfativa. Como não tinha grande vontade de perguntar aos camones – até porque por entre risos, gargalhadas e gemidos, não se percebia qual a língua que falavam – o que seria aquele cheiro fantástico, e ficava com a ideia de que teria de descobrir através de uma busca metódica e exaustiva aos vários produtos de higiene existentes nos supermercados. Escusado será dizer que nunca fiz tal coisa… até à passada 4ª feira! Como tive aqueles intermináveis 10 minutos a ler rótulos, lá fui abrindo os frascos para me familiarizar com os cheiros dos vários champôs e géis de banho (lol) que fui analisando. Não sei precisar quanto tempo levei, mas descobri a tal essência que há mais de 15 anos tenho andado à procura (ok, andado à procura é como quem diz… esperado encontrar seria mais adequado!). O tal gel de banho, Palmolive Aroma Terapia – SSL free! – contém óleos de rosa e jasmim, e extractos de orquídea. Além desta mistura fantástica e inquietante, o frasco tem um autocolante em várias línguas, obrigatório de ler visto que impede a abertura do recipiente sem pelo menos se dar uma vista de olhos ao dito aviso, que diz o seguinte, e passo a citar: “fragrância sensual”. Escusado será dizer que esta morraça (no bom sentido) fica no corpo o dia todo e sim, faz sucesso! Como eu não sorvo calipos, não ingiro sumos, digestivos e cocktails por palhinha, e só peço meias-dozes em restaurantes que conheço e sei que chega e sobra o que pedir, posso muito bem enveredar pela utilização deste tipo de produtos de higiene e tratamento diário que não põem, de forma alguma, a minha sexualidade em causa. Mas pensando bem nisto, se as mulheres conseguiram ter acesso ao que antigamente lhes estava vedado como pertencendo ao “mundo dos homens”, então estes também podem sentir-se bem com a utilização do que, até aqui era apenas do “uso exclusivo das mulheres”. Não há cá metrosexualidade que fomente e justifique esta acção, é mesmo uma questão de prazer e gosto individual.

segunda-feira, 21 de agosto de 2006

Nexus do universo

Fui só eu, ou mais alguém reparou que há um festival de música patrocinado pela SuperBock que se chama “Sagres Surf Festival”? Isto é uma piadola que os tipos do Marketing da SuperBock levaram como ideia até aos directores da empresa, tendo sido aceite, ou estaremos perante a possibilidade de se dar uma concentração de forças gravíticas tal, que sugue toda a matéria num determinado ponto, criando o nexus do universo? Alguma coisa se passará naquele local que de normal nada tem. Bem, como tem estado o tempo, se houver nevoeiro pode ser que o D. Sebastião apareça finalmente!

domingo, 20 de agosto de 2006

A lazeira de uma tarde de domingo

Para mim, a consciencialização e o entendimento de finitude, da nossa própria mortalidade e do fenómeno do envelhecimento deu-se depois de estar vinte minutos sentado com as pernas à chinês, a dar uma volta pelo songbook do Caetano com a guitarra acústica nas unhas, depois levantar-me e precisar de dois ou três minutos para me recompor porque não consigo esticar as pernas logo à primeira… nem à segunda, ou à terceira! A grande e mítica frase “a carne é fraca”, aqui aplica-se na perfeição. Se soubesse o que sei hoje, não tinha jogado volei durante tantos anos. Bah…!
E porque hoje é domingo e não apetece fazer nada, ainda para mais está um tempo muito mal amanhado para Agosto, deixo-vos com um tema muito engraçado dos Queen, “Lazing On a Sunday Afternoon”

sexta-feira, 18 de agosto de 2006

Há dias assim...

Sozinho, no meio do nada, em pleno Alentejo profundo. À minha volta toda uma imensa e profunda planície de searas irrequietas, contrastando com vinhas silenciosas e calmas. Por trás de mim um monte alentejano há muito abandonado, lá ao fundo meia dúzia de choupos e duas dezenas de sobreiros, e mais nenhuma casa, carro ou pessoa até onde a vista alcança. O céu oscila entre o azul forte e o branco carregado das muitas nuvens que passam. Ciente de uma das mais cruéis e verdadeiras realidades, que em último caso apenas podemos contar connosco, esperando que nunca se chegue a demonstrar isso mesmo, pois teremos sempre os amigos e a família, mas os amores, esses, vão e vêm como o vento. Uns mais fortes e arrebatadores, por vezes destruidores, outros mais amenos e delicados, mas todos eles marcantes e tendo em comum o facto de terem princípio, meio e fim, por muito fugazes e impetuosos que sejam. Nesta vida tudo acaba, mas é exactamente essa certeza que nos dá alento para vivermos sem grandes ilusões, pelos sentimentos e paixões, mas também com a motivação de nos dedicarmos a tudo o que venha como se fosse a última coisa que temos. E depois, quando já tiver passado, guardando as recordações dos momentos bem vividos, sem remorsos ou ressentimentos, mas principalmente sem guardar a ideia de que deixámos alguma coisa escapar. Nenhum momento ficou por viver e sentir, nada ficou por dizer ou experimentar. Correm-se todos os riscos possíveis em prol da conquista da felicidade. O segredo da vida não estará muito longe do que vos mostro nestas minhas palavras. Se a vida é uma viagem, não será só uma questão de fixarmos objectivos e querer lá chegar, a todo o custo, que seja. Será, fundamentalmente, a vontade e a fruição de assistir, com algum conforto e prazer, a toda a paisagem que se nos vai apresentando, mesmo em locais e momentos não esperados ou que não queríamos encontrar. E esta que hoje inunda os meus sentidos é de uma beleza e excelência extremas. Não há nada como o nosso espaço, e o Alentejo será sempre onde me sinto bem e em casa. Entre muitas dicas e conselhos, garanto-vos que não há nada como fazer o que se gosta ou ter-se prazer no que se faz, e depois de muitas tentativas fracassadas, lá consegui ter alguma sorte. A vida também se faz de sorte, mas há que saber jogar com os trunfos que se tem. Não queria transformar este post numa espécie de crónica da RFM, do padre não sei quantos que acaba sempre a dizer “já agora vale a pena pensar nisso”, mas foi assim que me saiu. Bom fim-de-semana. Amanhã há mais insanidades. ;)

quinta-feira, 17 de agosto de 2006

SSL do demo!

Anda um mail a circular pelas nossas caixas de correio, sobre a alegada capacidade cancerígena do SSL (Sodium Sulfate Laureth ou Sodium Sulfate Lauril), ingrediente que entra na composição da maioria dos champôs e géis de banho (géis, nunca tinha escrito esta palavra no plural, eheh) à venda no mercado. Supostamente é um produto desengordurante, muito barato, que se utiliza para lavar o chão das fábricas e, pelos vistos, também nos produtos de higiene humana. Não fui à secção dos produtos para animais, mas tive uma briga de 10 minutos a ler os rótulos de todos os champôs e géis de banho (lol) que havia no hipermercado. Cheguei à brilhante conclusão de que apenas uma das marcas que havia naquela superfície comercial, não tinha o SSL nos seus ingredientes. Não querendo fazer publicidade, até porque não tenho acções do grupo da marca em causa, nem um tio a trabalhar lá, devo dizer que apenas a Palmolive se safou da lista negra dos produtos de higiene com o suposto cancerígeno. Voltando à questão do mail informativo, que já entrou para a lista de mitos urbanos (vi num site), acabei por me aperceber que, de facto, o SSL, nas suas duas variantes já referidas anteriormente, é um composto que age de forma degenerativa e mutagénica (epá, deixem as críticas para depois, eu tive de traduzir isto à letra) em conjunto com o estrogéneo, produzindo nitratos tóxicos, podendo inclusive provocar cancro e complicações cardíacos. Embora os homens também a tenham no seu sistema, o estrogéneo é uma hormona feminina e as probabilidades do SSL actuar como cancerígeno é superior nas mulheres. Em suma, e passando a citar uma frase de um dos sites que consultei, “o SSL exibe um potencial massivo para causar e piorar estados cancerígenos” (citei e traduzi poi’satão).
Aqui ficam alguns dos sites mais credíveis que eu consultei, com factos científicos, não é só paleio claro, para me fundamentar na minha decisão de abolir esta morraça da minha casa de banho e dos meus hábitos diários de higiene… para a semana vou ver que pastas dos dentes têm ou não SSL. É que esta porcaria aparece em todo o lado!

terça-feira, 15 de agosto de 2006

Organizem-se…

Já houve quem se tivesse desmanchado a rir ao ver a organização que tenho com a música no meu computador, então achei que seria uma boa altura de partilhar isso com o mundo, que é como quem diz, com vocês! Aqui fica uma listagem das minhas pastas de “music by mood”, ou seja, compilações by Gandim:
all time classics
amanheceres primaveris
anoiteceres de outono
as melhores músicas ao vivo
as melhores versões
atitude themes
baladas bichonas
baladas do power
belíssimos blues
bom ambiente
chill out
cool jazz
cosy warm
dance like there's no tomorrow
disco never dies
driving mode
easy listening
frescas e fofas
fucking great rock
funky stuff
hillbillie motherfucking country
jazz do best
jazz machão
jazz para ouvir em dias de chuva
morraça étnica
música apropriada para strips
música bem disposta
música de bar
músicas para um funeral
musiquinhas de natal
nice instrumental jazz
party tunes
punk-rock do demo
raging through sadness
reggae do bom
saleradas da pica
Slide baby, Slide!
summer tunes
temas para dançar agarrado (calmas)
temas para dançar agarrado (Yeah!)

domingo, 13 de agosto de 2006

Era dourada do Happy-Meal

Aviso à população, aviso à população! O Felipe Laféria está a preparar um novo espectáculo musical com base no filme “Música No Coração”. Depois de anos de Guerra no Golfo, de vários atentados terroristas por parte da Al-Qaeda, de inúmeros franchises da marca dos arcos dourados a abrirem em tudo quanto é canto, da proliferação da filosofia Disney por tudo o que mexe e respira, e mais recentemente, do Conflito Israelo-Hezzbolahico, eis que chega mais um válido motivo para se carregar despensas e abrigos anti-nucleares de provisões, deixar de ver televisão – ok, podem continuar a ver a Fox – e de sair à rua. Esta sociedade está corrompida, corroída e corrupta. Já se atingiu o expoente máximo da piroseira kitch em cima de um palco há algum tempo com o Andrew Lloyd Webber, mas este cromo insiste como se fosse esse o caminho. Já não há salvação possível. É a loucura na plateia, e atrás das bancadas o salve-se quem puder! A era dourada do Happy-Meal está coberta de verdete e nem com Coca-Cola ou mostarda se consegue limpar a morraça do demo.

sábado, 12 de agosto de 2006

Noitadas, apitos e irritação

Agosto, sábado, 9h20 da manhã, depois de uma noite simpática com os amigos até muito perto das seis horas da madrugada, aquele apito carrasco da marcha-atrás de uma retro-escavadora constantemente a realizar manobras, numa manhã curiosa em que alguém se lembrou de encomendar obras a escassos 15m de distância em linha recta do meu quarto e está um calor manhoso que não me deixa fechar as janelas para que se aproveite a corrente de ar… desculpem, mas assim de repente, ensonado, agasto e profundamente irritado, não me parece haver pior que isto!

sexta-feira, 11 de agosto de 2006

To boldly go where no trash has gone before

Já alguma vez tentaram ir até ao limite do caixote do lixo? Por vezes parece já estar cheio, pois mostra-se repleto de papel enrugado, cd’s mal queimados, uma casca de banana, dois ou três pacotes de iogurte líquido tipo garrafa de 25cl, envelopes do banco e formulários a ver se o cartãozito de crédito “light” pega (cabrões!), um folheto da fnac de há um mês atrás, o folheto deste mês da staples… mas tudo isto pode ser compactado! Ah, por artes mágicas o caixote ganha espaço e fica por metade da capacidade. Agora é ver quanto tempo aguenta!? O meu, neste momento, está há dois meses em franca recolha e já nem há compactação possível. As bolas de papel enrugado já estão amontoadas, encostadas à parede e à estante, assim de canto, como quem não quer a coisa. E o pérfido Lord Coton que não se acanha!

relembro:
http://ctanganho.blogspot.com/2005/03/um-ente-misterioso-e-fantstico.html
http://ctanganho.blogspot.com/2005/07/ataque-imundo.html

quarta-feira, 9 de agosto de 2006

1491 fogos

É óbvio que não estou a falar de casas novas, mas sim da quantidade de fogos verificados em Portugal desde a passada 2ª feira, e sinceramente, eram 1941 murros no focinho que eu dava nos responsáveis por esta hecatombe (relembro o nosso saudoso primeiro ministro na sua intervenção parlamentar, na qual proferiu a seguinte alarvidade: “isto é uma hecatombe, com “E” grande!”… “saudoso”!?!? ...ah, é verdade, ele agora é o presidente! dass!?). É incrível ver a reacção das pessoas afectadas por algo que de natural que seja, muito pouco tem de espontâneo na sua génese. Segundo a Polícia Judiciária, a grande maioria destes fogos tem origem em descuidos, e apenas uma pequena porção será de origem criminosa. O que eu acho é que serão TODOS de origem criminosa! Se fumar já não é bom para quem padece do vício, bem como aos que com muito esforço lhes fazem companhia nas mais variadas situações, mandar beatas pela janela do carro a fora só pode fazer mal – penso eu de que; depois há gente que deixa lixo no campo como se este fosse prontamente recolhido por uma equipa de limpeza e higiene camarária; ainda há os empresários agrícolas que de atenciosos e escrupulosos não têm nada; e por fim, os nossos governantes, que não passam de uma cambada de mentecaptos sem vergonha, que deviam era despir-lhes os fatitos e pô-los com uma mangueira de alta pressão nas unhas, frente a labaredas de seis metros de altura a lavrarem nos seus quintais, a para verem o a bom para a tosse… até se lhes dava um ataque de caspa! Neste país é tudo gente boa, consciente e solidária, pois’atão! Devíamos fazer como os “franceses” e puxar fogo aos carros, mas só aos carros de luxo. Pronto, já desabafei!

Aguinha morninha

Hoje vem outro amigo à baila, aliás, mais uma digna do Top do Ganda Pancadão. Desta vez também é alguém que conhecemos mas que faço questão de manter no anonimato. É um tipo que só bebe água aquecida no microondas ou no bico do fogão… acreditem, porque é verdade! Mas não se trata de uma questão de hiponcondriase aguda ou de higiene pessoal nos limites do aceitável, é mesmo porque ele só bebe água quente ou morna, tépida e fria é coisa que não vai lá muito bem, e também não é cá grande amigo de chás e infusões. Há coisas engraçadas aos olhos de uns, e até ridículas aos olhos de outros, eu apenas me limito a descrevê-las do ponto de vista do entretenimento. Já aqui falei nos que mijam sentados, nos que apenas se assoam com papel higiénico, no dilema das toalhas turcas, no elástico das meias e até no drama que é, para alguns, cagar fora de casa… ah, deste ainda não falei, mas vou falar! É um tema merdoso, mas fica prometido!

segunda-feira, 7 de agosto de 2006

Loiça lavada

Tenho um amigo, leitor assíduo deste blog, que, entre muitas loucuras e insanidades, ostenta uma muito curiosa que vos vou passar a descrever: ele não consegue comer ou beber por loiça lavada na máquina. Aliás, piora um pouco, nem sequer toca em copos e pratos que tenham sido lavados na máquina, pois diz que ficam com um tacto estranho e que lhe faz impressão ao toque. Já tenho ouvido muita coisa maluca, mas esta bate records todos os dias da semana, e o dobro aos domingos, e vai já directamente para o Top do Ganda Pancadão. Este top não é numerado nem hierarquizado, e serve apenas para destacar e notabilizar a malta que demonstra ter curiosidades interessantes, ou não! Se souberem de alguma que queiram confessar ou trazer à luz do dia, venham elas. Cheguem-lhe bagage!

domingo, 6 de agosto de 2006

“work in progress, take one”

Acho estranho, sempre que passo por uma área de trabalhos numa auto-estrada, nunca vejo ninguém a trabalhar. Cortam uma faixa ou retiram a berma, enchem dois ou três kilômetros de cones, sinais e pirilampos laranja, mas nunca lá está ninguém. Já calhou ter passado nesses locais em obras, a várias horas do dia, e nada. Até já aconteceu fazer um determinado percurso várias vezes no mesmo dia e nunca vi ninguém. Não aparecem remendos no piso, buracos ou valas… nada, só mesmo a sinalização e a necessidade de reduzir consideravelmente a velocidade porque estão todos os carros a entupir a única faixa de rodagem. Os tipos da Brisa devem fazer apostas entre eles, na brincadeira, e montam estes esquemas só para nos chatear a medula. E depois há outra coisa, quando vejo aqueles cones todos alinhadinhos, só me apetece fazer slaloon e brincar um bocadinho… e é o que faço! Até já trouxe vários para casa… aliás, até já ofereci a amigos pelo Natal! Os cones são castiços.
Para os mais distraídos, a frase do título do post é dos Doors e pode ouvir-se na versão acústica do tema “Hyacinth House” que aparece na box set, e escolhi-a como título exactamente pela questão dos trabalhos na estrada e pelos cones que tirei… só que não foi só um! E já agora deixo-vos com o referido tema na MusicBox.

sexta-feira, 4 de agosto de 2006

Tudo se perde, nada se ganha, e pouca coisa se transforma

Já alguma vez vos aconteceu abrir um armário ou uma gaveta à procura de qualquer coisa, e essa coisa não estar lá? E depois pensam “porra!, quem é que tirou isto daqui, para a próxima vez escondo esta merda num sítio que ninguém encontre”. E é exactamente isso que acontece… ninguém encontra, nem mesmo nós! Escondemos num local tão seguro e inatingível que não há quem lá chegue. A fita-cola não está na gaveta, a caneta de acetato devia estar ao lado dos dvd’s virgens, e não se consegue encontrar a primeira Maxmen com a Marisa Cruz na capa… mas não foi alguém que tirou, foram mesmo vocês que esconderam sabe-se lá onde, talvez lá para trás do sol posto, e agora apenas vos resta esperar que a resposta vos seja revelada num sonho, num momento de deja vu, ou ainda que alguém, por acaso ou por magia, chegue a dar com isso como quem não quer a coisa.

quinta-feira, 3 de agosto de 2006

Tratamento de beleza

Este pensamento do dia não é da minha autoria, mas levou um pequenino update, esse sim, da minha inteira responsabilidade:
Descobri que o melhor tratamento de beleza é a bebedeira!
Quando estou com uns copos a mais, toda a gente me elogia:
"Tás bonito, tás..."
E se estiver completamente desgraçado só oiço dizer:
"Tás lindo, pois..."

quarta-feira, 2 de agosto de 2006

É só mais um dia mau...

Esta é, provavelmente, uma das melhores músicas que já ouvi e li. É bruta e cruel, mas extremamente verdadeira. Está no segundo e último álbum dos Ornatos Violeta (agora Pluto), “O Monstro Precisa de Amigos”, e chama-se “Dia Mau”. Se não conhecem Ornatos, shame on you for it! Para quem gosta de letras belíssimas, como as do Jorge Palma ou Sérgio Godinho, tem de gostar das letras do Manuel Cruz. Mesmo que não se goste da voz dele ou se ache as músicas “estranhas”, há que admirar o conteúdo das mesmas, e ê cá gosto de tudo! Há dias assim, e só pode ser dedicada a ti...



Não quis guarda-lo para mim
E com a dimensão da dor
Legitimar o fim
Eu dei
Mas foi para mostrar
Não havendo amor de volta
Nada impede a fonte de secar
Mas tanto pior
E quem sou eu
Para te ensinar agora
A ver o lado claro de um dia mau

Eu sei a tua vida foi
Marcada pela dor de não saber aonde dói
Mas vê bem
Não houve à luz do dia
Quem não tenha provado o travo amargo da melancolia
E então rapaz então porque a raiva
Se a culpa não é minha
Serão efeitos secundários da poesia

Mas para que gastar o meu tempo
A ver se aperto a tua mão
Tenho andado a pensar em nós
Já que os teus pé não descolam do chão
Dizes que eu dou só por gostar
Pois vou dar-te a provar
O travo amargo da solidão
É só mais um dia mau

terça-feira, 1 de agosto de 2006

Quem afanou a primeira entena!?

Partindo do adizere alentejano “entena”, muitas vezes utilizado como alcunha em rapazolas espigadotes e homens espadaúdos, ele há coisas que me intrigam até ao ponto da irritação, e por muita comichão que tenha no cérebro, não há propriamente como coçar. Quem é que terá roubado a primeira antena de carro? É que anda toda a gente a afanar as antenas uns dos outros para tapar buracos, quando deve ter havido um esperto, que mais por brincadeira do que por necessidade, se terá lembrado de palmar a antena do carro do lado. Esse cabro deve andar muito satisfeito por estes dias, porque esta merda já chegou ao estrangeiro! Ou então veio do estrangeiro para cá! Será que isto começou no médio oriente? Será também mais uma das coisas com as quais a malta adepta das religiões não se entende? Poderá ter sido com o intuito de práticas sadomasoquistas? Ou por intenção de disciplinar alguém já habituado às espátulas de madeira dos colégios católicos? Ou até por necessidade num jogo de cartas entre amigos. Até pode muito bem ter sido o mesmo tipo que inventou o “lava-me porco”, quem sabe!?


relembro:
quem inventou o lava-me porco?