quarta-feira, 14 de março de 2007

A tradição já não é o que era... ou não!

De certa forma, e em algumas situações, ainda é o que era e não se aplica este princípio. É o caso dos aniversários. Quando alguém faz anos, estamos sempre à mama, à espera que essa pessoa pague uns copos, um jantar, ou para os mais ousados, porque os há, uma rodada (de bebidas, entenda-se) num daqueles bares à meia-luz com um poste metálico ao meio – claro que não estou a falar de um “casino ilegal” num quartel de eiros onde servem min's e minuíns comprados no Lidl e se passa o tempo morto, em que não há incêndios ou gatos para resgatar das copas das árvores, a jogar à lerpa. Este conceito do desgraçado que faz anos ter de oferecer sempre qualquer coisa, mesmo que seja um pacote de pastilhas – recordo o tempo da escola – é no mínimo desmotivante.

Como se não chegassem os milhares (milhares não, centenas!!) de telefonemas que um tipo tem de atender, que nem quando está sentado na sanita tem descanso, ou os postais foleiros com imagens tiradas dos livros da Anita, com moedas de 2€ coladas com uma tira de fita-cola que as tias mandam pelo correio (no Natal são meias grossas), os beijos lambidos que as tias-avós nos dão quando nos vêm, o sermão sobre responsabilidade que os nosso avôs nos dão, porque já estamos uns homenzinhos, os ciúmes da nossa namorada com as prendas que as nossas amigas e ex-namoradas nos dão, entre muitos outros exemplos, para ainda por cima termos de gramar com aqueles “amigos” chatos que nos falam de longe o ano todo e nos cravam duas ou três imperiais nesse dia porque se aperceberam quando entrámos no bar. Quando um amigo meu faz anos tenho todo o prazer de pagar o almoço ou o jantar, ou dar-lhe aquilo que eu sei que vai gostar, e caso fique fora das minhas possibilidades, junto o pessoal todo e fazemos uma vaquinha. Amizade é, sem dúvida, a partilha, e partilhar significa mesmo isso… partilhar! Não é andar à babuje a ver se pega. Proponho uma nova frase, que se quer máxima, para combater esta hipocrisia gritante: Ê cá na’pago nad’a cabrão nenhum! ...só a amigos!

Antes de fechar este post queria dar mais uma achega no repto que lancei ontem: Nós somos bués e o tio Alberto é só um! But todos p'rá Madeira!!!

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