sexta-feira, 17 de novembro de 2006

Agulhas, espinhas e calças de ganga com fecho-eclaire

Hoje ao almoço apercebi-me de uma coisa interessante, ou não! Procurar uma espinha numa travessa com uma dose de Bacalhau à Braz pode ser uma tarefa tão complexa e árdua como tentar encontrar uma agulha num palheiro. Se bem que assim de repente não me lembro da última vez em que tive a necessidade premente de coser um botão de uma camisa, a presilha de uma mochila ou a janela de uma tenda de campismo no meio do campinho. Assim de repente, até me lembro de no último concerto dos WHY ter levado o par de calças de ganga errado, pois tinha entre dois pares de calças para escolher, ambos gastos e rotos na zona dos joelhos, como eu queria, mas só um deles com o fecho da braguilha danificado, e foi exactamente esse que eu retirei do guarda-fatos assim meio à pressa e sem me dar conta. Já no recinto do espectáculo, e depois de correr as barraquinhas mais relevantes da Feira do Crato à procura de agulha e linha, inclusive pus três bombeiras a vasculhar a tenda da Protecção Civil à procura de qualquer coisa que se parecesse com uma agulha (bem sei que o ditado não contempla uma tenda militar, mas havia alguma palha espalhada no chão na barraca do lado, que tinha Caipirinhas, cus de bolo e outras bebidas exóticas), lá me consegui desenrascar, com algum sucesso, suturando a ganga da zona do fecho das ditas calças com dois clips de tamanho médio, capazes de suster 25 a 30 folhas A4, e pouco menos de uma dezena de agrafes tamanho 24... tudo feito à mão… sim, até os agrafes! Se tive medo!? Não, o conceito de fecho-eclaire com dentes de metal junto das jóias de família já me assusta o suficiente, e era coisa para durar pouco mais de uma hora com elas vestidas E as maganas das espinhas são manhosas quando damos por elas já na boca? Ao almoço contei sete, mas comi a dose toda, aliás, outra coisa não seria de esperar! Só não sou grande apreciador de azeitonas, mas como alentejano que sou, já me estou a educar para as tolerar e eventualmente começar a gostar do seu sabor, é de Homem, não!? Peixe é que não gosto nem à lei da bala... o quê!?? Se sou masoquista por comer Bacalhau à Braz num restaurante quando tenho tanto prato de carne por onde escolher mais as omoletes e as entradas? Pois bem, Bacalhau não é peixe, e se for no forno com natas então, sabe mêm’a pato!!

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