sexta-feira, 24 de novembro de 2006

As velhas põem-se doidas, parte 1

Desde que me lembro do meu pai – e ele não foi gajo para ir comprar cigarros e aparecer trinta anos depois, aliás, nem eu os tenho, ainda! – que me recordo dele utilizar uma expressão idiomática muito característica: “as velhas põem-se doidas!” Anos depois lá vim a descobrir que ele tinha razão e qual o verdadeiro sentido e profundidade desta frase tão tipicamente dele. O fundamento que posso utilizar para dar significado à frase prende-se com a minha própria experiência com as velhas. Acontece que até há relativamente pouco tempo atrás sempre dei conta das velhas se despedirem de mim, momentos antes de virarem as costas para sair ou continuar o seu caminho, respectivamente quer fosse dentro de casa ou na rua, com um revigorante “ahh!, já está um homenzinho!”, enquanto puxavam insistentemente e com algum vigor por uma das nossas bochechas. Agora parece que mudaram o discurso, pois nas últimas vezes em que se deu este tipo de episódio, fui confrontado com um surpreendente “ahh!, então e quando é que se casa?”, e em tudo semelhante ao primeiro cumprimento, também acompanhado pela distintiva carícia facial… repararam na diferença!? Cabras das velhas, sabem mesmo como nos irritar, as maganas! Já não chega fazerem a vida negra aos maridos, durante 50 anos de casamento, fazendo-os trocar hobbys viris, como a caça e a bola (e reparem que ao princípio os nossos avôs viam a bola na televisão, entretanto foram renegados para o quintal, com o rádio a pilhas ou com a telefonia dos anos 40 que está na garagem, sem hipótese de sintonizar noutra frequência que não a da Renascença), por tarefas domésticas como a aspiração e a poda de sebes de quintal. Por alguma razão elas duram mais do que eles. Elas é que sabem! Seja como for, esta cena toda das velhas e dos puxões de bochecha fazem-me lembrar o filme do “Cabo do Medo”.

8 comentários:

Anonymous disse...

P * * * das V E L H A S

Anonymous disse...

Pois é... mas será que não foi a pergunta que te fez escrever o post? Lá que te irritou, irritou!

Silvia

Anonymous disse...

E pra mais esqueceste-te do cabeção!

Anonymous disse...

...e do seu cabeção pintado de lilás e cores assim a mandar para o esquesito, isso tb poderia ser um post engraçado, o que leva as velhas a pintarem o cabelo de lilás?????


POD

Anonymous disse...

O lilás é pra tirar o amarelo que vai ficando no cabelo branco. Vê-se mesmo que não vão à cabeleireira!!!
E a laca? Já puseram a mão no cabeção, que não vai abaixo e parece ter uma forra de arame invisível?

Gandim disse...

"forra de arame invisível"... fantástico!
O Caco Antibes, personagem da série brasileira filmada ao vivo "Sai de Baixo", inventou a expressão "cabêção", eu uso "capacete", mas vai dar ao mesmo. As velhas, ainda antes de o serem, já o são, e tudo por causa do cabelo, mas um post já está a nascer sobre este assunto... :))

Anonymous disse...

Pior que as velhas de cabeção só mesmo as novas de cabeção, gajas novas, bonitas e formadas com montes de laca no cabelo, meu deus como é possivel? este mundo está perdido.

POD

Anonymous disse...

Aguarda-se o post!